Muitas crianças quando
contrariadas, explodem em crises de birra, deixando os pais irritados,
perplexos, que, na tentativa de colocar limites muitas vezes, perdem a
paciência, castigam, batem de frente com os pequenos, um verdadeiro braço de
ferro e os pais. Exaustos, acabam se submetendo ao comportamento das crianças,
receando, muitas vezes perder o amor dos filhos e, por fim, fazem tudo o que os
pequenos querem. Essas atitudes acabam alimentando um círculo vicioso: a
criança vai se tornando cada vez mais incontrolável e ¨insuportável¨ o que
indica claramente a presença de sofrimento psíquico. Sim, mesmo crianças que, aparentemente, “têm
de tudo”, podem estar sofrendo. Percebe-se que a palavra “birra” é péssima,
porque nos induz a pensar em algum “defeito de caráter” (a criança é birrenta,
mimada, má, tem personalidade forte), eximindo o adulto de se questionar de que
forma ele pode estar contribuindo, inconscientemente, para gerar o sofrimento
que se expressa através das crises de ódio. A maior razão para o sofrimento
psíquico da criança é a impossibilidade de comunicação com o adulto, esta
comunicação se dá desde o nascimento, elas indicam as necessidades emocionais
básicas da criança. O adulto deve tentar entender a linguagem da criança, mas,
alguns, em função de suas próprias questões inconscientes, interpretam a mensagem
de maneira equivocada, dando respostas inadequadas. Quando isso ocorre, a
criança sofre duas vezes, pois, a necessidade emocional da criança não foi
atendida e acaba se sentindo abandonado e sozinho. Para que a interpretação da mensagem da
criança seja entendida é preciso que eles consigam se colocar no lugar da
criança para tentar imaginar como é o mundo visto por ela. Precisam acessar a
criança que eles foram para entender o que seus filhos estão tentando falar (muitas
vezes incompreensível). Para ajudar na compreensão da linguagem infantil, seus
comportamentos e a melhor maneira é solicitar a ajuda de um psicólogo.
Dra. Vanderlúcia Macário
Clínica Spazio Michelle Machado
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